terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Avaliação de leitura para o ensino médio

 

DESVIOS SOCIAIS

 

O Brasil que emerge da mais recente Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio, PNAD, do IBGE, mostra como se avançou no combate às desigualdades e quanto ainda é preciso avançar. E não é pouco. Se o país continua desigual, também são indiscutíveis o acerto dos gastos na educação fundamental (que precisam se estender com urgência ao ensino médio), a expansão da telefonia, além dos sinais de afluência entre as famílias, demonstrada pelo acesso a eletrodomésticos.

A PNAD é uma detalhada radiografia do passado, só superada pelos censos decenais do próprio IBGE. Esta nova pesquisa, referente a 2003, pode ir além e servir para impulsionar um debate estratégico e prioritário para a sociedade brasileira, sobre a qualidade dos gastos públicos sociais. A pergunta-chave é: tem sido feita com eficiência a transferência de recursos dos contribuintes para o combate à miséria?

A pesquisa ajuda nessa avaliação por retratar um cenário social quinze anos depois de promulgada a Constituição de 1988, marco da redemocratização do país e, tanto quanto isso, a pedra fundamental do processo de criação e ampliação de vários programas de erradicação, ou minimização, da pobreza.

Desde então, a estrutura de gastos públicos passou por uma mudança estrutural: os benefícios assistenciais de toda ordem, a folha do funcionalismo e os sistemas de previdência, que em 1987 representavam 14,4% do Produto Interno Bruto, este ano devem ter chegado próximo dos 20% do PIB.

Ora, mesmo diante dos avanços registrados pela PNAD 2003, é preciso admitir que, pela dimensão dos gastos sociais, o quadro deveria ser melhor do que é. Conclui-se que parcela considerável desse dinheiro não beneficia quem deveria, ou seja, os mais pobres. O problema é grave e precisa ser enfrentado pela sociedade.

                                                               (DESVIOS sociais. O Globo, Rio de Janeiro, p. 6, 1º out. 2004. Adaptação.)

 

01. No 2º parágrafo, ao usar a expressão "detalhada radiografia do passado" para se referir à PNAD, o autor quer dizer que

(A) a pesquisa só é superada pelos censos decenais.

(B) ela apresenta informações pouco confiáveis.

(C) ela retrata fielmente a realidade brasileira.

(D) os dados da PNAD revelam fatos interessantes.

(E) NDA

 

02. A afirmativa de que os recursos públicos devem ser melhor usados apóia-se no fato de

(A) existir ainda bastante desigualdade no país.

(B) haver melhoria significativa na educação.

(C) ser grave o problema enfrentado pela sociedade.

(D) haver uma grande expansão da telefonia.

(E) NDA

 

03. A palavra "desvios" empregada no título do texto demonstra que os

(A) benefícios à população continuam pouco visíveis.

(B) gastos com educação aumentaram muito pouco.

(C) programas de minimização da pobreza deram resultado.

(D) recursos obtidos se afastaram do caminho desejado.

(E) NDA

 

04. Do trecho "A PNAD é uma detalhada radiografia do passado, só superada pelos censos decenais do próprio IBGE", depreende-se que

(A) a PNAD supera os censos do IBGE.

(B) as duas pesquisas são equivalentes.

(C) os censos do IBGE superam a PNAD.

(D) outras pesquisas superam a PNAD.

(E) NDA

 

05. A afirmativa de que "o dinheiro não beneficia os mais pobres" justifica-se porque a

(A) desigualdade no país ainda continua.

(B) educação fundamental foi beneficiada.

(C) estrutura dos gastos públicos mudou.

(D) pesquisa retrata o cenário social.

(E) NDA

 

06. No texto, ao relacionar os gastos sociais com o quadro da pobreza no Brasil, pode-se

deduzir que

(A) a verba nem sempre é bem gasta.

(B) a sociedade precisa se manifestar.

(C) as despesas com funcionalismo são elevadas.

(D) o gasto com telefonia é excessivo.

(E) NDA

 

 

 

Polêmica sem Fim

 

Ciência ainda busca respostas para questões-chave para o futuro dos organismos

Alterados

 

Criados nos anos 80, os alimentos transgênicos continuam a dividir os cientistas. A falta de respostas conclusivas para várias questões – econômicas, ambientais, sanitárias – tem dado margem a debates apaixonados entre partidários e detratores desses produtos. De um lado, há os que promovem os transgênicos como verdadeira salvação da lavoura: a criação de variedades mais resistentes a pragas e doenças levaria ao aumento da produtividade e à gradual queda dos preços, contribuindo assim para a diminuição da fome no mundo.

De outro, os críticos argumentam que a fome é uma questão política e de distribuição de renda. As multinacionais estariam interessadas apenas em engordar seus lucros, já que um dos resultados da transgenia é a geração de sementes estéreis: cada vez que quiserem plantar, os agricultores precisam comprar novas sementes da empresa que detém a patente.

Outro motivo de preocupação é o impacto ambiental, cuja extensão a ciência ainda desconhece. Há o receio de que as lavouras transgênicas contaminem plantações vizinhas, ameaçando a biodiversidade.

Discutem-se também os possíveis danos à saúde humana. Em 1996, o médico alemão Walter Doefler divulgou um estudo sobre as conseqüências da ingestão de alimentos transgênicos. Por meio de experiências com cobaias, ele concluiu que o DNA exógeno (introduzido de outra espécie) de um vegetal transgênico pode entrar em nossa corrente sangüínea e se tornar ativo, quebrando a barreira entre espécies. O pesquisador Francisco Aragão, da Embrapa, afirma que tal estudo não tem credibilidade e que o corpo humano é capaz de destruir os genes exógenos.

(GIMENEZ, Karen. Polêmica sem fim.)

 

07. Em resumo, a proposta do texto é

(A) alertar para o perigo da ingestão de alimentos transgênicos.

(B) informar o lucro das multinacionais com os transgênicos.

(C) mostrar vantagens e desvantagens do uso de transgênicos.

(D) reforçar a necessidade de investimentos nos transgênicos.

(E) NDA

 

08. A leitura desse texto ajuda a entender que "produtos transgênicos" correspondem a

(A) organismos geneticamente modificados.

(B) produtos causadores de doenças.

(C) sementes estéreis para a lavoura.

(D) variedades mais resistentes a pragas.

(E) NDA

 

09. De acordo com o texto, existe preocupação com o uso de transgênicos, porque

(A) a ciência ignora a extensão do impacto ambiental.

(B) a ausência de pragas diminui muito a produtividade.

(C) as multinacionais terão prejuízos com esses produtos.

(D) os agricultores dispensam a compra de novas sementes.

(E) NDA

 

10. Os partidários do uso de transgênicos acreditam que com esses produtos haverá

(A) aumento da barreira entre espécies.

(B) desequilíbrio da biodiversidade.

(C) maior oferta de alimentos.

(D) redução do cultivo de alimentos.

(E) NDA

 

1C, 2A, 3D, 4C, 5A, 6A,7C, 8A, 9A,10C

Avaliação de leitura  –  9º ano do Ensino Fundamental

 

GOL CONTRA A NATUREZA

Uma área maior que dois campos de futebol é destruída por minuto no cerrado

 

Rico e ameaçado. Assim é o cerrado. A cada minuto, é destruída uma área equivalente a 2,6 campos de futebol na região, um ritmo de devastação dez vezes maior do que o da Mata Atlântica. Os dados – parte de um estudo feito pela Conservação Internacional, uma organização não-governamental voltada para a preservação do meio ambiente – indicam que o cerrado pode desaparecer até 2030 caso a destruição continue igual à que se vê hoje.

Pelas características de seu terreno e por ser fácil de desmatar, o cerrado é considerado um bom lugar para a agricultura e a pecuária. E é isso que o põe em risco. A destruição desse bioma começou na década de 1960, quando a construção de estradas facilitou a chegada de muitos criadores de gado. Pouco depois, na década de 1980, foi a vez de as plantações invadirem a região. Com a agricultura mecanizada de soja, algodão, milho e girassol, a vegetação nativa foi rapidamente removida.

Dos 204 milhões de hectares ocupados pelo cerrado no passado, a maior parte já foi desmatada. Da área que sobrou, metade foi bastante modificada pelo homem e não conserva as características e a variedade de plantas e animais originais. A cada ano, estima-se que dois milhões de hectares do cerrado são desmatados, sendo que as áreas mais afetadas estão em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, além do oeste da Bahia.

Se a degradação continuar, no entanto, o cerrado pode desaparecer até 2030. Já imaginou que perda isso representaria para o Brasil e o mundo? Pois é para reverter esse quadro que, há três anos, pesquisadores da Conservação Internacional procuram formas de recuperar as áreas já afetadas e evitar a destruição de outros ambientes.

Esses profissionais, por exemplo, estudam a vegetação nativa por meio de imagens enviadas por satélite e, assim, podem descobrir onde está ocorrendo o desmatamento e elaborar uma estratégia de conservação.

Segundo os pesquisadores, é necessário ainda acabar com as queimadas, reduzir a caça aos animais selvagens e impedir que mais áreas sejam desmatadas para a agricultura. Só assim será possível preservar as milhares de espécies que vivem no cerrado!

CHAGAS, Catarina).

 

1. Os dados das pesquisas apontam para o fato de que, se nenhuma providência for tomada, a destruição do cerrado será

 

(A) igual a da Mata Atlântica.

(B) maior do que a da Mata Atlântica.

(C) menor do que a da Mata Atlântica.

(D) tão grande quanto a da Mata Atlântica.

(E) NDA

 

2. Da leitura do texto "Gol contra a natureza" pode-se concluir que,

(A) hoje, a agricultura conserva o cerrado.

(B) no futuro, pouco restará do cerrado atual.

(C) no presente, o cerrado possui proteção.

(D) no passado, o cerrado era utilizado na pecuária.

(E) NDA

 

3. O cerrado corre o risco de desaparecer por ser considerado um

(A) bom lugar para agricultura e pecuária.

(B) bom lugar para a estratégia de conservação

(C) lugar ruim para animais selvagens.

(D) lugar ruim para a agricultura mecanizada.

(E) NDA

 

4. No texto, o autor faz referência à vegetação do cerrado utilizando a expressão:

(A) pecuária.

(B) bioma.

(C) agricultura.

(D) meio ambiente.

(E) NDA

 

5. A pesquisa ora relatada defende a idéia de que a

(A) preservação do cerrado depende do fim do desmatamento.

(B) industrialização do cerrado necessita da mecanização da agricultura.

(C) conservação do cerrado acontecerá, provavelmente, até 2030.

(D) degradação do cerrado deve-se à extinção dos animais selvagens.

(E) NDA

 

 

UMA APOSTA EM TODAS AS MÍDIAS

 

Um dos maiores erros que se cometem quando se fala em TV, ou em Internet, é imaginar que a mídia nova acaba com a velha. Gente apressada fala em morte do livro, como antes disso falou em superação do rádio. Até agora, nada disso ocorreu, e por uma razão simples: cada mídia tem seu nicho, seu lugar. Cada meio de comunicação atende a necessidades, a desejos, a anseios diferentes. O enriquecedor é a gente saber lidar com todos e jogar com um para usar melhor o outro.

Compare o livro à tela de computador. O livro é muito mais amistoso, mais fácil de manejar, de levar, de possuir. A tela é fria. Podemos variar as letras ('fonts'), mudar a cor, trocar as peles ('skins'), fazer o que quiser: nada ainda se compara à invenção de Gutemberg para levar à praia, ler na cama, dobrar pela lombada. Pouquíssima gente lê um texto longo na tela – quase todos o imprimem e lêem em papel, e ainda assim é mais enfadonho que um livro, porque sai sempre no mesmo sulfite, na mesma tinta, enquanto o livro varia bastante.

É verdade que há mudanças que eliminam uma mídia. Quando surgiu o livro, isto é, um grande conjunto de folhas costuradas sob uma capa, ele venceu e depois liquidou o rolo. Antes do livro (seu nome técnico é 'códice'), ler era uma proeza, que exigia virar um longo rolo. Assim como imprimir um formulário contínuo e depois lê-lo, sem soltar as páginas. Difícil, não é? O códice é mais prático, e continua vivo. Não foi por acaso que o maior defensor da nova mídia, Bill Gates, gastou uma fortuna para comprar um códice de Leonardo Da Vinci.

O que isso tem a ver com a TV? Quero argumentar que o procedimento avançado não é substituir um meio pelo mais novo. Só num país em que tem charme mostrar-se inculto, como no Brasil, uma idéia assim tola pode prosperar. O avançado é dominar os vários meios. Nosso mundo exige que sejamos multimeios. É como saber várias línguas, conhecer vários países, dominar vários instrumentos. RIBEIRO, Renato Janine).

6. Ao comparar os recursos oferecidos pelo livro com os disponíveis no computador, o texto afirma que a tela do computador é

(A) fria e enfadonha.

(B) fácil de levar.

(C) amistosa.

(D) fácil de ler.

(E) NDA

 

7. No texto defende-se a idéia de que o livro é

(A) uma mídia enfadonha.

(B) uma mídia ultrapassada.

(C) um invento superado pela internet.

(D) um meio de comunicação insubstituível.

(E) NDA

 

8. Segundo o texto, é bom apostar em todas as mídias porque

(A) ampliam o conhecimento.

(B) aumentam a tecnologia.

(C) desvalorizam as novidades.

(D) reduzem as informações.

(E) NDA

 

9. O autor assume uma postura avaliativa ao dizer que

(A) o livro é muito mais amistoso do que a tela do computador.

(B) gente apressada fala em morte do livro.

(C) Bill Gates gastou uma fortuna para comprar um códice.

(D) antes do livro, ler era uma proeza.

(E) NDA

 

10. O texto "Uma aposta em todas as mídias" defende a ideia de que

(A) a internet é uma mídia que superou a TV.

(B) a tela do computador é mais fácil de manejar.

(C) o livro perdeu sua importância depois do rádio.

(D) o mundo exige que as pessoas sejam multimeios.

(E) NDA.

 

1B, 2B, 3A, 4B, 5A, 6A, 7D, 8A, 9A, 10D.