sexta-feira, 16 de agosto de 2013

COESÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL

A produção de um texto consiste não apenas num agrupamento aleatório de ideias, mas principalmente em ligações que resultem numa unidade textual. A coesão é obtida quando se promove a devida conexão entre palavras, orações, períodos e parágrafos. Existem diversos recursos linguísticos que podem servir para conectar as partes do texto: são os conectivos (conjunções, preposições, pronomes e até mesmo advérbios). É imprescindível conhecer a função de cada um desses elementos de ligação, a fim de garantir uma sequência lógica ao texto.

 

Observe alguns desses recursos:

a) e, além de, além disso, ademais, ainda, bem como, também – acrescentam ideias, argumentos.

b) embora, não obstante, apesar de, a despeito de – estabelecem relação de concessão, de resignação.

c) mas, porém, contudo, entretanto, no entanto – estabelecem oposição entre as ideias.

d) assim, dessa forma, portanto, desse modo, por fim, enfim – complementam e concluem ideias.

e) assim como, da mesma forma que, como, tal qual – estabelecem relação de comparação, de semelhança.

f) de fato, realmente, é verdade que, evidentemente, obviamente, está claro que – são usados para fazer

constatações ou para se admitir um fato.

g) porque, devido a, em virtude de – introduzem explicações.

h) antes de mais nada, sobretudo, principalmente, especialmente – são usados para dar ênfase ou destaque

a algum fato ou ideia.

i) antes que, enquanto, depois que, quando, no momento em que – estabelecem relação de tempo.

j) conforme, de acordo com – estabelecem relação de conformidade.

 

Recomendações para garantir a coesão textual:

1. Estruture o texto numa sequência lógica.

2. Estabeleça relações entre as frases e entre os parágrafos.

3. Faça uma revisão do texto: se houver necessidade, remanipule suas partes para tornar o conjunto coeso.

 

Proposta de Redação

O texto abaixo apresenta falhas de coesão, decorrentes do uso inadequado de determinados conectivos. Faça as

devidas correções, evitando porém alterar o conteúdo original.

 

Tragédia infantil

            Nossas crianças não sabem ler. Tampouco escrever. De acordo com estudo preparado pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, revela: um terço das crianças brasileiras matriculadas na 4ª série do ensino fundamental não sabem sequer o que deveriam ter aprendido ao final do 1º ano escolar. Sem considerar apenas as escolas públicas, na qual esse índice fica ainda pior: 33,3%. Chegando, nas redes municipais, a 35%.

            A despeito disso, essa realidade fica ainda pior quando se olham as diferenças regionais. Como no Rio Grande do Norte, por exemplo, quase 60% dos estudantes estão nessa situação. Sem falar de São Paulo, o estado mais rico do País, no qual mantém 28,7% das crianças nesse nível.

            Pois se trata de crianças prestes a entrar em um mundo ainda mais complexo. Sem conseguirem entender uma historinha mais longa ou mesmo o enunciado de uma questão. Porque textos de 8 a 10 linhas, com vocabulário simples, representam um enigma para as mesmas: sendo que elas não conseguem localizar informações, nem entender o assunto abordado. Além de não saberem identificar o tipo de texto (um bilhete, uma piada), nem reconhecerem elementos como tempo, espaço e personagens.

            Não se pode, ademais, considerar que esses estudantes estejam alfabetizados. Ao passo que essa defasagem os coloca muito aquém da progressão natural do aprendizado. Onde comprometerá definitivamente seu futuro escolar. Sendo que se porventura chegarem à universidade, obterão apenas um diploma formal. O que não os habilitará para se inserirem no mercado de trabalho como profissionais qualificados.

            Avaliar nossos estudantes de maneira transparente é certamente um passo importante, onde é preciso ir além do diagnóstico. Procedendo imediatamente à busca da cura. Já que nossas crianças não podem esperar.

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