terça-feira, 6 de setembro de 2011


Avaliação de leitura e interpretação 8º ano com gabarito

 

Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?

Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o ba-nheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.

Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?

Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. "Não faça isso com o coitado!" "Coitado nada, esse bicho deve causar doença." Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.

GULLAR, Ferreira.

01. Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem

 

(A) colocou-o dentro de um pote de água.   (B) escondeu-o para que ninguém o matasse.

(C) pingou água sobre sua cabeça.   (D) procurou por outros insetos no escritório.

 

02. O homem interessou-se pelo inseto porque

 

(A) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal. (B) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.

(C) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.  (D) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.

 

 

03. A mudança na rotina do homem deveu-se

 

(A) à chegada do inseto na redação do jornal.   (B) ao intenso calor daquela tarde de verão.

(C) à monotonia do trabalho no escritório.   (D) à transferência de local onde estava o inseto.

 

04. Em "Não faça isso com o coitado!", a palavra sublinhada sugere sentimento de

 

(A) maldade   (B) afeição   (C) desprezo   (D) esperança

 

05. A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem

 

(A) curiosidade científica.           (B) lembranças da infância.

(C) medo de pegar uma doença.  (D) sensação de espanto.

 

06. Com base na leitura do texto, pode-se concluir que a questão central do texto é

(A) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.   (B) a saudade dos amigos de infância

(C) a vida agitada da grande cidade.         (D) a preocupação com a proteção aos animais.

 

O CÂNTICO DA TERRA

Eu sou a terra, eu sou a vida.

Do meu barro primeiro veio o homem.

De mim veio a mulher e veio o amor.

Veio a árvore, veio a fonte.

Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.

Sou o chão que se prende à tua casa.

Sou a telha da coberta de teu lar.

A mina constante de teu poço.

Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.

De mim vieste pela mão do Criador, e a mim tu voltarás no fim da lida.

Só em mim acharás descanso e paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.

Tua filha, tua noiva e desposada.

A mulher e o ventre que fecundas.

Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado.

O berço pequenino de te

O algodão de tua veste e o pão de tua casa.

E um dia bem distante

a mim tu voltarás.

E no canteiro materno de meu seio

tranqüilo dormirás.

 

Plantemos a roça.

Lavremos a gleba.

Cuidemos do ninho,

do gado e da tulha.

Fartura teremos e donos de sítio

felizes seremos

                                                     Cora Coralina

 

07. A associação entre terra e mulher é expressa no verso:

(A) "Sou a espiga generosa de teu gado"             (B) "Sou o chão que se prende à tua casa"

(C) "Sou a razão de tua vida"                               (D) "Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor"

 

08. A religiosidade do poema é revelada no verso:

(A) "A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu."         (B) "De mim vieste pela mão do Criador"

(C) "Eu sou a grande Mãe Universal."              (D) "Sou a telha da cobertura de teu lar"

 

09. O texto "O cântico da terra" pode ser considerado um poema porque:

(A) organiza-se em estrofes com o mesmo número de versos.  (B) explora a sonoridade e o duplo sentido das palavras.

(C) apresenta rima no final de todos os versos.   (D) utiliza expressões da linguagem formal.

 

10 Na quinta estrofe, o poema refere-se

(A) ao reencontro com o amor   (B) ao retorno do viajante

(C) à morte do lavrador.   (D) à volta aos braços da mãe.

 

11.O texto é um poema que fala sobre

(A) o exílio do poeta.  (B) a criação do mundo. (C) a origem da vida.  (D) a infância do lavrador.

 

                                           DE SOBREMESA, MAIS PROBLEMAS

Pronto! O inseto conseguiu ingerir o seu precioso alimento: o sangue. Agora, precisa buscar apenas um cantinho sossegado e tirar uma sesta, certo? Quem dera! A luta continua, companheiro! Os bichos têm novos problemas a enfrentar!

Quando o inseto digere o sangue, ele quebra todas as suas moléculas, até mesmo a hemoglobina, que é uma proteína responsável por transportar o oxigênio no nosso corpo. Assim, o heme (pigmento da hemoglobina que ajuda a distribuir esse gás e dá a cor vermelha ao sangue) é liberado dentro do trato digestivo dos insetos, causando vários problemas. Um deles é gerar radicais livres — formas de oxigênio que reagem com qualquer molécula que estiver "dando sopa", como proteínas e lipídios, destruindo-as.Capaz de levar o inseto à morte, esse problema precisa ser resolvido depressa!

Para se defender do heme, os insetos usam diferentes estratégias. Elas variam de bicho para bicho, mas se combinam de diversas formas para evitar que o inseto morra. Existem moléculas, por exemplo, que destroem os radicais livres, impedindo que eles causem danos ao organismo. Há, também, um jeito especial de unir uma molécula de heme com outra igual a ela, fazendo algo comparável a uma pedrinha que não é tóxica. Sem falar que algumas proteínas são capazes de guardar o heme — como a hemoglobina faz —, evitando que ele entre nas células e cause danos a elas.

Chamadas de especializações, essas características que os insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) desenvolveram os tornaram craques na tarefa de conseguir esse alimento. E não há como negar que eles são bastante eficientes no que fazem!   

FIALHO, A.P. Abreu e SILVA, M. C. Nascimento.

12. De acordo com o texto, o heme é:

(A) uma proteína que produz oxigênio.   (B) uma molécula que destrói os radicais livres.

(C) um pigmento que dá cor vermelha ao sangue. (D) uma substância que alimenta o inseto.

 

"Quando o inseto digere o sangue, ele quebra todas as suas moléculas, até mesmo a hemoglobina, que é uma proteína responsável por transportar o oxigenio no nosso corpo" (2º parágrafo)

 

13. No trecho, o termo em destaque refere-se a

(A) sangue.       (B) corpo.        (C) oxigênio.    (D) heme

 

14.O heme é liberado no processo de digestão do sangue depois que:  

(A) o organismo do inseto quebra a hemoglobina do sangue.  (B) os radicais livres são liberados sob a forma de oxigênio.

(C) as proteínas e os lipídios são destruídos pelos radicais livres.  

(D) duas moléculas se juntam para formar uma espécie de pedrinha.

 

15.Os radicais livres devem ser combatidos pelo organismo do inseto hematófago porque

(A) destroem proteínas e lipídios, levando o inseto à morte.    (B) guardam o heme, evitando sua entrada nas células.

(C) impedem o processo de digestão do sangue.     (D) quebram as moléculas da proteína hemoglobina.

 

16. O texto tem o objetivo de:

(A) a composição do sangue humano.     (B) as estratégias de sobrevivência dos insetos hematófagos.

(C) o processo de digestão dos insetos.   (D) os problemas enfrentados na quebra da molécula.

 

O homem faz o clima. E faz mal

 

A interferência do homem pode acelerar em milhares de anos os processos naturais de mudanças climáticas e trazer graves conseqüências à vida na Terra. O consumo desenfreado e a explosão demográfica têm sido fatores de forte influência entre as atividades humanas.

Em conseqüência, fenômenos como a elevação da taxa de emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera podem atingir picos incontroláveis em poucas décadas, sem que a vida na Terra consiga se adaptar. Se nada for feito, daqui a um século poderemos viver num ambiente de catástrofe.

Se a temperatura não parar de subir, daqui a cerca de 100 anos poderemos ter grandes mudanças na ocorrência de fenômenos como tormentas e furacões. A elevação do nível dos oceanos, conseqüência do aquecimento global, pode levar o mar a invadir parte das grandes cidades litorâneas e se misturar com fontes de água potável, como os rios que nele deságuam, salinizando-as. Águas provenientes do derretimento dos picos das montanhas geladas poderão invadir vales e cidades em seu entorno. Espécies mais sensíveis correm o risco de extinção, causando desequilíbrio nos ecossistemas e nas cadeias alimentares.

O cenário de catástrofe está desenhado. Resta ao homem fazer alguma coisa para evitar a concretização dessas profecias.    (GIMENEZ, Karen).

 

17. O texto analisa

(A) os efeitos da ação do homem sobre o clima da Terra.   (B) os hábitos de consumo das sociedades.

(C) a ocorrência de fenômenos atmosféricos. (D) o desequilíbrio nos ecossistemas e nas cadeias alimentares.

 

18. Segundo o artigo, grandes mudanças climáticas podem ocorrer na Terra devido a

(A) elevação do nível dos oceanos.  (B) extinção de espécies mais sensíveis.

(C) hábitos de consumo exagerados.  (D) tormentas e furacões.

1C; 2B; 3A; 4B; 5B; 6A; 7D; 8B; 9B;10C; 11C; 12C;13A; 14A; 15A; 16B; 17C; 18B

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