domingo, 17 de agosto de 2014

Estrutura do  texto narrativo - 1ª parte

 

            Narrar é contar uma história (real ou fictícia). A narração apresenta uma sequência de ações envolvendo personagens em determinado espaço (ou espaços) e tempo. Portanto, a matéria da narração são ocorrências, fatos, ações.      A narração pressupõe movimento (mudança de situação) e implica conflito que envolve personagens, apresenta suspense (clímax), traz consequências e culmina no desfecho (conclusão).      São exemplos de narrativas a novela, o romance, o conto, e também uma crônica, uma notícia de jornal, uma piada, uma letra de música, uma história em quadrinhos, desde que apresentem uma sucessão de acontecimentos.      O relato de um episódio, real ou fictício, implica interferência de todos ou de alguns dos seguintes elementos (personagens e circunstâncias):

 

QUÊ? – o(s) fato(s) que compõe(m) a história;

QUEM? – a personagem ou personagens;

COMO? – o enredo, o modo como se desenvolvem os acontecimentos;

O N D E ? – o lugar da ocorrência ou das ocorrências;

QUANDO? – o momento ou momentos em que se passam as ações;

POR QUÊ? – a causa do acontecimento;

PARA QUÊ? – resultado ou consequência do acontecimento.

Nem sempre todos esses elementos estão presentes no texto narrativo, exceto "que" e "quem", sem os quais não há texto narrativo.

 

A narração escolar

      A narração, no sentido escolar do termo, é um texto conciso e superficial, em que os fatos não podem ser aprofundados devido ao exíguo espaço para o desenvolvimento da história (em média 30 linhas). Por esse motivo, os índices temporais devem ser apenas os imprescindíveis para mensurar cronologicamente a história; o espaço é apenas citado (nos romances, a localização espacial é delimitada e caracterizada, às vezes, em muitas páginas), e as personagens são apenas as essenciais ao desenrolar dos fatos. Quanto ao enredo, as ações são geradas em função de um só acontecimento (nas narrações extensas, são vários os acontecimentos que compõem o enredo).      Ao desenvolver um texto narrativo-descritivo, o aluno deve intercalar passagens de ação com breves trechos descritivos, de modo a delinear personagens  e lugares com intenção funcional, já que na concisão da narrativa escolar devem figurar somente os dados relevantes ao enredo. Se o aluno quiser elaborar um texto essencial- mente narrativo, pode prescindir das descrições, limitando- se apenas às ações em seu percurso temporal.      Assim, na narração escolar, personagens e ação são imprescindíveis. Além desses elementos, em sua redação não devem faltar emoção, suspense, surpresa e criatividade, para assim envolver o leitor.

 

Receita de texto narrativo

     •  Com alguns traços marcantes essenciais, procure caracterizar física e psicologicamente sua personagem.             Ex.: Fisicamente: olhos castanhos . Psicologicamente : incrédulo, ingênuo .   

 •  Trabalhe sua linguagem de modo a combinar dados  físicos e psicológicos, oferecendo uma visão totalizante da personagem.     Ex.: Nos olhos castanhos de Miguel, havia um brilho incrédulo e ingênuo enquanto lia a carta de Joana.   

 •  Lembre-se de que os períodos muitos longos (num espaço aproximado de 30 linhas) tornam o texto "arrastado"; já os períodos curtos demais, se não forem bem construídos, podem tornar primária a redação. Prefira períodos curtos, sintetizando as ações.     E x . : Todos correram alvoroçados; ninguém se machucou . Primeiro o pânico, depois o riso.   

 • Procure criar uma situação inusitada que desencadeie uma complicação, pois é o inesperado que sustenta o gosto pela leitura.   

 •  Você pode narrar com ou sem o uso de diálogos  . Os discursos diretos, quanto à pontuação, devem ser padronizados. Observe que os diálogos são um recurso da literatura para animar a narração. Quando bem articulados, tornam mais fluente a narrativa.      Ex.: — O que você esperava que eu fizesse? — gritou João.          — Esperava que reagisse , só isso?!!!!

•  Ao introduzir o ambiente na narração, não se detenha  em detalhes supérfluos. Caracterize os espaços e objetos determinantes da ação.     Ex.: Na sala, apenas o sofá vermelho que acalenta as noites insones de Luís.   

 •  Procure estender ao desfecho a criatividade que você manteve ao longo do texto. O desfecho deve ser original, inesperado, surpreendente para não transformar a narrativa num simples relato.   

 •  Não se esqueça de que o enredo de sua narrativa deve  apresentar um conflito que se resolve no desfecho.

 

Resumindo

Parágrafo narrativo

Numa narrativa breve – em, por exemplo, cinco parágrafos –, a divisão das partes pode ser a seguinte: a)   exposição: apresentação breve de personagens e localização da história no tempo e no espaço (primeiro parágrafo);

b)   complicação: conflito entre as personagens, trama que gera tensão (segundo e terceiro parágrafos);

c)   clímax: o momento de maior tensão dramática, o conflito atinge seu ápice (quarto parágrafo); d)   desfecho: consequências ou solução do conflito, esclarecimento da trama (quinto parágrafo).      Obviamente essa distribuição das partes não é estanque; apresentamos apenas uma divisão que pode facilitar a elaboração de um texto narrativo. Você deve ter percebido que, na narração, o que importa é a sequência de acontecimentos num determinado tempo. O tempo é elemento essencial da narração.

 

Para compor uma história são necessários alguns elementos básicos: enredo (ação), personagens, tempo e espaço. Fazem parte da estrutura narrativa:

PERSONAGENS = definem-se pelas características e pelas ações que desenvolvem;

ENREDO = ação, organização dos fatos;

TEMPO =  pode ser cronológico (tempo real) e psicológico ( tempo mental);

ESPAÇO = lugar definido pela descrição - onde se passa a história.

NARRADOR= narrador-personagem ou 1ª pessoa - participa da história (é um personagem);

narrador observador ou 3ª pessoa - não participa da história (vê tudo de fora)

 

            Para compor uma história são necessários alguns elementos básicos: enredo (ação), personagens, tempo e espaço. Fazem parte da estrutura narrativa:

  • Personagem(ns)   =  definem-se pelas características e pelas ações;
  • Enredo  = ação, organização de fatos;
  • Tempo =  pode ser cronológico ( tempo real) ou psicológico ( tempo mental);
  • Espaço =  lugar (definido pela descrição ou apenas indicado;                                                                                                                 
  • Foco narrativo =  3ª pessoa - narrador onisciente que conhece o interior das personagens; narrador  observador - que também é de 3ª pessoa -  conta o que vê.  1ª pessoa - o narrador conta o que vê como personagem.
  • tipos de discursos = direto - o personagem fala;
  • Indireto = o narrador fala pelo personagem;
  • Indireto livre = fusão da fala do narrador com a do personagem.  

Não há uma ordem para que esses elementos apareçam na história.

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