terça-feira, 25 de setembro de 2018

Interpretação de crônicas

 A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

(BRAGA, Rubem.

Vocabulário: 1. torpe: repugnante   2. veementes: animados

Após ler o texto, assinale a alternativa correta nas questões 1 e 3 e responda as demais:

1.Como era a noite vista pelo taxista e pelo amigo do narrador?
(   ) calor e chuva                (   ) vento e chuva                          (   ) luar lindo                       (   ) lua cheia

2. Como era a noite para o narrador?­­­­­­­__________________________________________________________
.                                   .
3. Considerando a maneira como é narrada, a reação do taxista (no final), pode-se inferir que ele ficou:
(   ) sensibilizado com a conversa                                            (   ) curioso por mais informações.
(   ) agradecido com o presente.                                              (   ) desconfiado com o pagamento

4. A outra noite a que o título se refere seria a vista somente pelo narrador ou aquela que o taxista e seu amigo enxergavam?_________________________________________________________________________

5. O que faz com que diferentes personagens vejam  diferente noites?
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6. Que fato do cotidiano a crônica que você leu explora?
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7. Nesse texto, o narrador é personagem? Justifique sua resposta copiando um trecho do texto.
O conto da mentira
Rogério Augusto

Todo dia Felipe inventava uma mentira. "Mãe, a vovó tá no telefone!". A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: "Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!". Felipe ria na cara dela: "Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!".
O pai de Felipe também conversava com ele: "Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!". Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: "É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!". 
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

Questão 1 – Identifique a ordem dos acontecimentos no conto:
(    ) Felipe utiliza a criação de histórias como uma ferramenta profissional.
(    ) O pai do garoto o alerta quanto às consequências do ato de mentir.
(    ) Felipe deixa de ganhar a bicicleta do programa de televisão.
(    ) Felipe conta inúmeras mentiras em casa.

A sequência correta é:
a) 1, 2, 3, 4.
b) 4, 2, 3, 1.
c) 4, 3, 1, 2.
d) 2, 1, 4, 3.

Questão 2 – O que motivou Felipe a reduzir as suas mentiras?


Questão 3 – Releia:

"Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo."

Explique por que, agora, Felipe não se sente culpado e com medo de contar mentiras:


Questão 4 – Justifique o emprego das aspas no conto:



Questão 5 – Identifique os referentes das palavras sublinhadas:
a) "A mãe tentava assustá-lo [...]".


b) "Felipe ria na cara dela [...]".

c) "A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta.".

d) "Até que um dia deixou de contá-las.".

Questão 6 – Percebe-se traço da informalidade em:
a) "Quem mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!".
b) "Então, aconteceu o que seu pai alertara.".
c) "Continuou preparando o jantar em silêncio.".
d) "É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...".




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